Origens da Mídia em Ônibus – desde 1851
“Tudo na Vida é passageiro, menos o cobrador e o motorneiro” – dizia uma antiga frase de humor.
Mas quando que se começou a se anunciar em ônibus? Afim de responder essa pergunta exploramos como fonte primária o livro Omnibus (ABREU, Teresinha Moraes. 2010.) e elucidar a história do nosso meio.
No Mundo | Primeiros Registros
Segundo Dunbar (1968, p. 20), houve uma Grande Exposição (em inglês Great Exhibition of the Works of Industry of all Nations) em Londres em 1851, pelo príncipe Albert, marido da rainha Vitória. Em 1º de maio a Exposição foi aberta ao público no Palácio de Cristal.
Nessa época, foram mais de 14 mil expositores vindos de todo mundo. Por conseguinte, lá foram mostrados exemplos das últimas tecnologias desenvolvidas na Revolução Industrial.
Assim, durante seus 140 dias, o evento foi visitado por mais de seis milhões de visitantes e teve de lucro cento e oitenta e seis mil libras. A exposição seria o primeiro fórum internacional do mundo moderno – conceito traduzido para o campo político onde daria origem à Liga das Nações e às Nações Unidas.
Logo, diante a oportunidade, os comerciantes da época aproveitaram o evento para veicular seus produtos de uma forma inédita. Desta forma, geraram-se os primeiros registros de anúncios em ônibus (movidos à tração animal).
No Brasil
A Mídia Móvel no Brasil teve sua origem nos anúncios em Bondes. Assim, como podemos constatar pelos registros no Museu dos Transportes Públicos, em São Paulo, o primeiro registro do anúncio em bondes data de 1908.
A primeira empresa que comercializava anúncios em bondes se chamava Companhia dos Anúnncios em Bondes. Desta forma, de acordo com Waldemar Corrêa Stiel: A primeira proposta para a concessão de anúncios em bondes foi feita pela Light, em fevereiro de 1901.
Essas propagandas foram o grande recurso de comunicação e a maior oportunidade de mídia nas primeiras quatro décadas do século XX, atingindo cinquenta milhões de pessoas, somente na cidade de São Paulo, segundo as estimativas do Almanaque, da Gazeta da Tarde, de 1912.
Assim, a primeira lei brasileira que regulamentou a publicidade em bondes foi a Lei 1.054, de 1907. Em outras palavras, ela regulamenta a posição de alguns anúncios (STIEL, 1978, p. 186)”.
Adicionalmente, como se fizera com os ônibus, em Londres, Machado de Assis resolveu compor 70 regras para os usuários dos bondes, agora elétricos. Segue a transcrição de duas delas:
Art. II. Da posição das Pernas.
“As pernas devem trazer-se de modo que não constranjam os passageiros do mesmo banco. Não se proíbem formalmente as pernas abertas, mas com a condição de pagar os outros lugares, e fazê-los ocupar por meninas pobres ou viúvas desvalidas mediante uma pequena gratificação”.
Art. III. Da Leitura dos Jornais.
Cada vez que um passageiro abrir a folha que estiver lendo, terá o cuidado de não roçar as ventas dos vizinhos, nem levar-lhes os chapéos; também não é bonito encostá-lo no passageiro da frente”.
Portanto os primeiros anúncios no interior dos bondes eram feitos em papel ou cartolina, na parte externa. Dessa forma, o material era cartonado, a princípio; mas, em seguida, passaram a ser em chapa de zinco. Por conseguinte, os anúncios externos eram chamados de plataformas superiores e inferiores.
A primeira empresa de publicidade em ônibus no Brasil foi a Olímpica, que atuava em São Paulo. Contudo, ela tinha um modus operandi diferente – os anúncios eram feitos em eucatex, estes tinham molduras de alumínio. Pode-se concluir que foram diversos formatos até chegar ao modelo atual – que seria o Adesivo vinil.
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